Há mais de um ano que não sei o que é estar sozinha. Fosse onde fosse sabia que ele já lá estava. Um coração pequenino a bater compassado com o meu. Sossegado julgava eu, até se fazer sentir com o mais doce dos pontapés. Se em nove meses nunca o larguei porque havia de o largar nos seis que passou cá fora. Foram intensos, arrebatadores, cansativos mas cheios de um amor que eu não conhecia e que quis viver sem folgas. E agora custa tanto. E a culpa se calhar é minha. Devia tê lo deixado aprender a viver sem mim. Mas eu não conseguia viver sem ele. Será? Terei falhado redondamente em tão pouco tempo de vida? Hoje volto a ficar sozinha. O papá já foi trabalhar e o G. continua a adaptação para a creche. E eu estou aqui, ainda tão inadaptada quanto ele. Já não sei viver assim. Com tempo para gastar a fazer qualquer coisa quando a única coisa que me dá prazer fazer é, nestas horas feita por estranhos. E se é estranho que outras mãos lhe peguem, o vistam, o dispam, o alimentem, o embalem.
O mês que me trouxe o maior amor do mundo