Às vezes acho que as pessoas duvidam de mim. Está na cara. Na expressão. No tom com que me respondem. Não as censuro. É difícil de acreditar que alguém, a dez dias do fim do mês, não tenha planos para o mês seguinte. Que a dez dias do fim do mês não possa confirmar presença num almoço de família. Não saiba o que vai fazer no dia da criança. Não consiga confirmar disponibilidade para fazer um bolo para o filho da amiga. Não saiba se vai á festa da escola do próprio filho. Ain da por cima às vezes com coisas marcadas, liga a dizer que afinal não dá. Que afinal trabalha. Que lhe deram mais um turno. Que estava de folga mas já não está. Eu sei. Não é fácil de acreditar. Mas acreditem que também não é fácil de viver. Uma vida em suspenso. Ver planos adiados, deixar amigos pendurados e encontros por marcar. E este desencontro cansa. E por saber disso, às vezes acabo por não marcar. Porque já sei que não vai dar. E não marcar é deixar de estar presente. É deixar de ser lembrado
O mês que me trouxe o maior amor do mundo