Demorei bastante a voltar a olhar por mim. Dois anos e meio mais propriamente. Prometi várias vezes que 'desta é que é', mas sucediam-se as razões, ou às vezes as desculpas, para não começar hoje, para não ser para já. A maior delas era, como em tudo, a falta de tempo. Os dias não esticam e a vida de quem trabalha por turnos é tudo menos fácil, é tudo menos organizada.
Logo a seguir à falta de tempo vem a culpa e uma anda intimamente ligada à outra. Porque se já tenho tão pouco tempo para eles 'não posso' estar a tirar tempo para mim! Errado! E eu acabei por perceber isso sentada num gabinete médico, onde se tocou ao de leve em palavras como exaustão e Burnout e não foi preciso mais nada para me pôr a mexer.
Logo a seguir à falta de tempo vem a culpa e uma anda intimamente ligada à outra. Porque se já tenho tão pouco tempo para eles 'não posso' estar a tirar tempo para mim! Errado! E eu acabei por perceber isso sentada num gabinete médico, onde se tocou ao de leve em palavras como exaustão e Burnout e não foi preciso mais nada para me pôr a mexer.
Ou melhor, eu já andava a mexer-me porque precisei de iniciar entretanto, tratamentos de fisioterapia, por causa dos meus entorses frequentes. O Fisiatra já me tinha dito que seriam cerca de vinte tratamentos mas que era fundamental manter uma actividade física regular.
A verdade é que, depois de reiniciar o exercício, alguma da sintomatologia que me levou a procurar ajuda melhorou bastante. Ao contrário do que possam pensar, o exercício cansa o corpo, mas descansa a mente e, como ouvi há uns tempos numa formação sobre psicologia positiva: 'quem tem um trabalho desgastante, tem que fazer exercício, nem que seja caminhar'. E é verdade, o nosso corpo também precisa de preparação física para os embates do dia a dia.
Posto isto tudo, resolvi quase por completo o problema da culpa. Deixei de olhar para estas coisas como uma questão de beleza ou perda de peso. Passei a olhar como uma questão de saúde física, mas ainda mais, no que a mim me diz respeito, saúde mental. Portanto, não me vão ver a comer restrita e religiosamente ou a padecer por uma linha invejável. Mas vão talvez ver-me mais bem disposta, com outra energia e com disposição para coisas que até aqui, se calhar não tinha.
Não devia ter que haver uma desculpa para olharmos mais para nós, mães. Devíamos fazer as coisas porque sim, porque gostamos e porque nos fazem sentir bem. Mas se ajudar olhar para isso pelo prisma da saúde, porque não? Acreditem que a culpa diminui e os cuidados passam a fazer sentido, a ganhar importância e são apenas mais uma coisa a gerir no dia a dia.
Eu, de férias, estava tão bem. |
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