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Menos bens, mais memórias


Foi com esta ideia em mente que planeámos o dia de aniversário do Gui este ano. Ele ainda não liga grande coisa a prendas. Acha piada a rasgar o papel mas o encanto inicial rapidamente se desvanece. Depois, por muito que pensássemos não surgia ideia de coisa nenhuma para comprar, a não ser pistas e carros e carros e pistas que efectivamente é o que ele adora, mas que tem que chegue para já. Sendo assim, achei que seria muito mais proveitoso e divertido, proporcionar-lhe uma qualquer experiência diferente e que ele pudesse guardar para mais tarde recordar. E foi com base nisso que decidimos passar um dia no Zoo.

A minha ideia inicial era rumar a Lisboa. Sairmos cedo e passar o dia no Jardim Zoológico de Lisboa, usufruindo de tudo o que por lá se pode fazer. Mas depois a viagem pareceu-nos demasiado longa mediante a possibilidade de ele ficar cansado só pelo caminho feito e já não achar grande piada ao programa no Zoo propriamente dito. Foi quando fomos fazer a sessão fotográfica (que podem ver aqui) que calhou em conversa o Zoo Santo Inácio em Vila Nova de Gaia. Fomos pesquisar e agradou-nos a ideia. Portanto, no dia de aniversário logo pela manhã, rumámos a Norte (ahhh como eu adoro o Porto) e fomos conhecer o Zoo mais verde que por lá há.

Já nos tinham dito que era um espaço muito agradável e onde eles podiam correr livremente e assim foi. Assim que chegámos, encontrámos uma área onde vários Cães da Pradaria andavam livremente. Ainda ficámos um pouco a observar mas logo percebemos que a ideia era poder interagir e chegar perto dos animais (com os devidos cuidados inerentes a estar com uma criança de dois anos. Ele queria levá-los todos para casa ahh ah ah). 








E assim foi ao longo de toda a manhã. O espaço é muito agradável, permitindo grande proximidade com os animais. Talvez por ser uma segunda feira de Setembro, durante a manhã, estava praticamente vazio, e andámos à vontade a explorar. Conseguimos organizar o tempo e assistir à maioria das demonstrações de alimentação dos animais. Ele gostou particularmente de ver alimentar as lontras.






Para quem não leva almoço há vários sítios onde comer. Nós optámos pelo restaurante do Zoo. Tínhamos levado comida para ele pois não gosto muito de ir sem saber o que encontrar. Mas acabou por comer também sopa connosco. Uma refeição completa e bastante acessível para o que costumamos encontrar neste tipo de resposta. À hora da sesta dele, parámos no Bar do Lago, onde comemos um gelado mas, onde é possível também comer uma refeição mais leve, mas com uma vista espectacular. Esta:



Depois de ele acordar rumámos à Savana. E digo-vos que o ambiente está criado e o espaço distribuído de forma a que parece que efectivamente estamos no meio da selva, sem prejudicar, mais uma vez, a proximidade dos animais. Aliás, há um corredor que atravessa o espaço onde se encontram os leões e onde é possível observá-los à distância de um vidro. Não passámos por lá, confesso. Eu tive medo (ahh ah ah).


Foi um dia extremamente agradável e o facto de o Zoo não ser muito grande foi uma vantagem. Permitiu-nos ver tudo com calma, ter tempo para o descanso dele e vir cedo para casa, o bastante, para fazer um bolinho à pressa e apagar as velas com os avós. A única coisa que temos a apontar talvez seja o facto de haver espaços vazios, onde não havia animais e passaram uma certa ideia de 'abandono'. Mas julgo que o esforço para manter um espaço destes deve ser enorme e os recursos também não abundem. Até nisso podemos ajudar pois o Zoo tem um programa de apadrinhamento de animais, onde é possível contribuir para a alimentação, construção e melhoria das condições.

Foi a nossa prenda de aniversário para o Gui este ano mas acabou por ser uma prenda também para nós, que fazíamos anos de casado no dia a seguir e, devido ao meu trabalho, não iríamos poder festejar. Fica a nossa sugestão e o meu desafio para vivermos as nossas vidas com #menos bens, mais memórias.



O tal 'corredor' que atravessa a zona dos Leões



Demonstração de voo livre de aves selvagens





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