Não é novidade para ninguém o pesadelo que foi para mim ter que me separar do meu filho para ir trabalhar. Não era o regresso ao trabalho que me assustava, embora continue desiludida com o estado a que chegou a minha profissão e não coloque de lado a hipótese de mudar de área assim que surja oportunidade. O que me tirava o sono era o facto de deixar de ser eu a cuidar dele e ter que o entregar aos cuidados de pessoas que eu não conhecia.
Não foi pacífico. Procurámos referências de todas as opções que tínhamos perto de nós. Discutimos muito sobre o assunto. Discutimos a sério sobre o assunto. Porque a dada altura, as avós queriam ficar com ele e eu, que nunca colocara essa hipótese, já só queria essa opção. Toldada pelos sentimentos não era capaz de ver as alterações que isso implicaria na vida de cada uma delas e que, racionalmente o pai via com clareza.
Posto isto, o G. ingressou na creche (têm toda uma descrição sentimentaléeeerrima aqui e aqui). Não foi perfeito. Longe disso. Custou aos dois. Aliás, custou aos três. Foram tempos difíceis, de adaptação e aceitação, esta última principalmente para mim. Aceitar que era o curso natural das coisas, que não tinha outra opção a não ser confiar. Aprender a confiar. Acreditando que, assim como cuido dos que não são meus mas que trato como se fossem, também ali, na creche que escolhemos para o G, assim seria.
E tem sido. Com alguns episódios iniciais menos felizes, que acredito que fazem parte de qualquer adaptação. Mas encontrámos pessoas atenciosas, pacientes (paciência mais necessária para os pais do que para o filho!) e disponíveis para nos ouvir. Que sempre respeitaram as nossas convicções e escolhas, nomeadamente em relação à alimentação e educação do G. Que nos têm ajudado também a crescer como pais, a par com o nosso filho que cresce diariamente junto delas. E como tem crescido!
O G. deu os primeiros passos connosco mas foi da mão da C. (educadora) que saiu a correr para o abraço do pai, porque ela passou um dia inteiro a incentivá-lo. Assim que despe o casaco o G. corre para a sala e manda beijinhos ao pai. No final do dia vem alegre e bem disposto. Sinto-o feliz ali. Foi sempre assim? Não. Mas ele também teve que aprender a confiar. Nelas e em nós. A perceber que acontecesse o que acontecesse, no final do dia, depois do lanche, estaríamos sempre lá para o ir buscar.
Acho que em todas as profissões é importante a entrega e a vocação, mas em algumas áreas estes aspectos são imprescindíveis, principalmente quando se trabalha com pessoas. Quando a nossa função é cuidar de alguém, seja ele criança ou adulto, esteja doente ou são. Aquela pessoa é mãe, pai ou filho de alguém, Podia ser o nosso. Ou cuidamos como gostaríamos que cuidassem dos nossos, ou não vale a pena. É assim que trabalho, é por isto que me guio. E, seja um presente do destino ou não, são pessoas assim que tenho encontrado para cuidar do meu filho.
São pagas para isso? São! Mas podiam cuidar com menos carinho, com menos cuidado, com menos atenção, com menos zelo, com menos abraços e beijinhos. Mas não. Fazem-no com tudo isso e com certeza com muito mais. E é essa diferença que faço questão de agradecer em épocas como esta, ou no fim do ano ou quando me lembro. Normalmente com algo feito por mim, com o mesmo carinho e dedicação. Na esperança que percebam o quão importante é para mim sentir que posso confiar-lhes o meu bem mais precioso. O meu filho.
Nota: Este ano gostei tanto do resultado que até vou partilhar as fotos.
Posto isto, o G. ingressou na creche (têm toda uma descrição sentimentaléeeerrima aqui e aqui). Não foi perfeito. Longe disso. Custou aos dois. Aliás, custou aos três. Foram tempos difíceis, de adaptação e aceitação, esta última principalmente para mim. Aceitar que era o curso natural das coisas, que não tinha outra opção a não ser confiar. Aprender a confiar. Acreditando que, assim como cuido dos que não são meus mas que trato como se fossem, também ali, na creche que escolhemos para o G, assim seria.
E tem sido. Com alguns episódios iniciais menos felizes, que acredito que fazem parte de qualquer adaptação. Mas encontrámos pessoas atenciosas, pacientes (paciência mais necessária para os pais do que para o filho!) e disponíveis para nos ouvir. Que sempre respeitaram as nossas convicções e escolhas, nomeadamente em relação à alimentação e educação do G. Que nos têm ajudado também a crescer como pais, a par com o nosso filho que cresce diariamente junto delas. E como tem crescido!
O G. deu os primeiros passos connosco mas foi da mão da C. (educadora) que saiu a correr para o abraço do pai, porque ela passou um dia inteiro a incentivá-lo. Assim que despe o casaco o G. corre para a sala e manda beijinhos ao pai. No final do dia vem alegre e bem disposto. Sinto-o feliz ali. Foi sempre assim? Não. Mas ele também teve que aprender a confiar. Nelas e em nós. A perceber que acontecesse o que acontecesse, no final do dia, depois do lanche, estaríamos sempre lá para o ir buscar.
São pagas para isso? São! Mas podiam cuidar com menos carinho, com menos cuidado, com menos atenção, com menos zelo, com menos abraços e beijinhos. Mas não. Fazem-no com tudo isso e com certeza com muito mais. E é essa diferença que faço questão de agradecer em épocas como esta, ou no fim do ano ou quando me lembro. Normalmente com algo feito por mim, com o mesmo carinho e dedicação. Na esperança que percebam o quão importante é para mim sentir que posso confiar-lhes o meu bem mais precioso. O meu filho.
Nota: Este ano gostei tanto do resultado que até vou partilhar as fotos.
Crinkles de Limão (acabaram os sacos para bolachas, improvisei em caixinhas de bolo) |
Crinkles de limão (ainda havia sacos de bolachas) |
Compota de abóbora menina canela e laranja |
Obrigada!...
ResponderEliminar