Há mais de um ano que não sei o que é estar sozinha. Fosse onde fosse sabia que ele já lá estava. Um coração pequenino a bater compassado com o meu. Sossegado julgava eu, até se fazer sentir com o mais doce dos pontapés.
Se em nove meses nunca o larguei porque havia de o largar nos seis que passou cá fora. Foram intensos, arrebatadores, cansativos mas cheios de um amor que eu não conhecia e que quis viver sem folgas.
E agora custa tanto. E a culpa se calhar é minha. Devia tê lo deixado aprender a viver sem mim. Mas eu não conseguia viver sem ele. Será? Terei falhado redondamente em tão pouco tempo de vida?
Hoje volto a ficar sozinha. O papá já foi trabalhar e o G. continua a adaptação para a creche. E eu estou aqui, ainda tão inadaptada quanto ele.
Já não sei viver assim. Com tempo para gastar a fazer qualquer coisa quando a única coisa que me dá prazer fazer é, nestas horas feita por estranhos. E se é estranho que outras mãos lhe peguem, o vistam, o dispam, o alimentem, o embalem.
Enquanto eu fico assim, sozinha. Com saudades do tempo em que os nossos corações batiam dentro do mesmo corpo. Sendo agora tempo do meu bater fora do peito.
Como a entendo! Morro de saudades da minha bebé na barriga, onde éramos só as duas e nada nem ninguém nos separava. Hoje com 11 meses, continua a custar-me horrores deixá-la para ir trabalhar. Será defeito meu???
ResponderEliminarNão é de certeza. Acho que o defeito está na nossa sociedade que, apesar de não ser das piores, protege pouco esta relação tão importante mãe/filho principalmente no primeiro ano de vida. Já voltei ao trabalho e a angústia é a mesma. Passo os dias a contar o tempo apenas para regressar.
ResponderEliminarNão é de certeza. Acho que o defeito está na nossa sociedade que, apesar de não ser das piores, protege pouco esta relação tão importante mãe/filho principalmente no primeiro ano de vida. Já voltei ao trabalho e a angústia é a mesma. Passo os dias a contar o tempo apenas para regressar.
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