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18 meses

Este post vem com delay. Acho que pela minha incredulidade ao perceber como tem corrido o tempo desde que te temos connosco. Ou talvez por achar que se não falar muito nisso, és capaz de te manter assim pequenino por mais tempo.
 
Mas há momentos em que é inevitável perceber que estás a crescer. Que te vais tornando num rapazinho cada vez mais independente e desenrascado.
 
Como quando corres a casa à procura do que queres e, sem ajuda o consegues encontrar. Como quando agarras na colher e comes sozinho o que até há tão pouco tempo tínhamos que te dar pacientemente na boca. Como quando dizes que não queres banana e apontas para explicar que preferes laranja. Como quando dizemos que vamos à rua e corres para a entrada onde vais buscar os sapatos. Como quando te esticas e consegues acender a luz.
 
Momentos como os de ontem, em que irrompeste pelo consultório do pediatra a dentro e o cumprimentaste com um aperto de mão. Porque sabes que apertar a mão é como dizer 'olá' e quando saímos temos sempre que dizer adeus.
 
Apesar da febre que voltou, diz ele que está tudo a correr bem. Pelo menos é o que as linhas de percentil mostraram ontem: estás a crescer bem.
 
E eu sei que estás, mas não é por elas que me guio. É pela tua energia contagiante, é pelo teu sorriso rasgado. É pela tua atitude desafiante de querer conhecer o mundo e tudo o que te rodeia. É pela tua calma e serenidade assim que te aninhas no nosso abraço. É por nos estarem constantemente a dizer que 'pareces uma criança muito feliz'. E és. E nós somos felizes contigo.
 
Não me guio pelos percentis mas confesso que a cada consulta fico sempre na expectativa. Afinal nunca fizemos isto antes, nunca ninguém nos explicou como se faz. Criar uma vida dá muito trabalho e nenhuma criança vem com livro de instruções. Temos seguido, acima de tudo, o que nos diz o coração. E como desabafou o pai, quando já dormias no regresso a casa: não tem sido fácil mas parece que nos estamos a safar bem'
 

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